Flauta Nativa Sioux
Siyo Tanka - O Encanto da Flauta Lakota Sioux
Tradução Livre de Wanbli Gleshka
Na Lua Quando as Folhas Ficam Verdes, a Terra parece uma bela noiva
vestida para casar. A profusão de tons, sons e cores das flores, folhas e
plumagens dos pássaros embelezam os lugares, materializando o cenário do
paraíso, o território encantado da Mãe Terra. A neve se esvai, lentamente
transmutando-se nos rios cristalinos cantantes, que voltam a fluir sua águas
límpidas.
Os ventos refrescantes embalam a dança alegre das folhas nas árvores, e a vida acorda para mostrar toda sua beleza, escondida pelo manto frio do inverno. Naqueles dias, quando o povo vivia em paz, um jovem caçador do povo Lakota andava solitário e apreensivo. Seu coração inquieto buscava o amor de uma bela jovem do seu povo, que não demonstrava qualquer interesse por ele. Quando a via, o jovem se exibia em seu belo cavalo selvagem, mas ela não lhe dava a menor atenção. Pela manhã, quando a jovem ia buscar água no riacho, junto com outras jovens, ele se escondia por trás dos arbustos e quando ela estava perto, ele olhava para os seus mocasins e coçava a orelha, sinalizando que gostava dela, mas ela continuava mostrando desinteresse por ele. Quando ela estava apanhando a água no riacho, ele mergulhava e nadava em volta dela, mas ela continuava desprezando-o. Ela era filha do orgulhoso Chefe daquela tribo, que declarava frequentemente não haver nenhum homem entre seu povo à altura de sua bela filha. Naquela época, para conquistar o amor de uma jovem, o rapaz tinha que ser um hábil caçador, um valente guerreiro e possuir cavalos para presentear à família da jovem com a qual desejava se unir. Ou então deveria possuir “A Magia do Alce”, uma habilidade misteriosa que encantava irresistivelmente o coração de qualquer donzela – winchicala. O jovem tinha poucas posses e ainda não tinha revelado suas habilidades na caça ou nos combates. Também não possuía “A Magia do Alce”. Portanto, ele não tinha chances com aquela bela jovem. Naqueles dias, a comida estava escassa. Então, ele saiu sozinho para caçar e pensava que se fizesse uma boa caçada conseguiria obter o prestígio do seu povo e assim, conquistaria o coração da sua bela amada. Entrou na floresta e andou bastante até que conseguiu encontrar as pegadas de um Alce. Seguiu o rastro do animal durante um bom tempo e de repente o avistou numa pequena clareira. Ele havia se preparado com muitas flechas novas em sua aljava e estava ansioso para abater sua presa. Escolheu a sua melhor flecha, a armou cuidadosamente no arco e mirou em direção ao animal, que o olhava profundamente dentro dos olhos. Ele desejava muito “A Magia” daquele belo animal para encantar a sua amada. Ele via “A Magia do Alce” cintilando no brilho daqueles lindos olhos selvagens. Nos olhos do Alce ele via refletido todo o encanto e a magia daquele sentimento de amor que nutria pela bela jovem. Por um momento, enquanto mirava sua flecha mortal, ele se deixou envolver pelo fascínio dos olhos encantados do Alce. Em frações de segundos, o animal se esquivou habilmente e fugiu sorrateiro pela floresta. O jovem caçador foi em busca dele, desesperado, correndo obstinadamente pela mata, perseguindo-o durante um longo tempo. Atirou várias flechas, mas o animal astuto e muito ligeiro sempre conseguia escapar. O Alce finalmente sumiu de sua vista e ele ficou muito triste, naquele momento. Enquanto caçava o animal, ele não percebeu que a noite havia chegado e por estar muito longe não poderia mais retornar para a tribo, naquele dia. Sentiu medo e estava frustrado por não conseguir a caça. Caminhou numa direção e felizmente chegou às margens de um riacho de águas claras e tranqüilas, onde poderia parar para descansar um pouco. Abriu a sua sacola e retirou um pouco de carne seca de búfalo com gordura e comeu. Depois, ele se cobriu com seu espesso cobertor de pele de búfalo, próximo a uma árvore e tentou dormir. Os sons da floresta eram estranhos e assustadores. Os troncos das árvores gemiam ao vento, animais gritavam ao vento, animais gritavam, corujas piavam anunciando encantos noturnos e mistérios. De repente, um som diferente aflora na escuridão da noite na floresta. Ele nunca tinha ouvido aquele som antes. Não parecia ser um som desse mundo. Era um som fantasma. O jovem então açoitou o seu manto para cima, pegou o seu arco, armou uma flecha e se posicionou buscando se defender de uma possível ameaça. Mas nada aparecia e era como se aquele som viesse de um mundo invisível, muito distante . Aos poucos, ele foi ficando mais calmo e começou a prestar mais atenção naquele som. Era como uma bela e melodiosa canção que expressava amor, beleza, esperança, saudades. Pensou na bela jovem a quem amava muito, e exausto adormeceu sem perceber ao som daquela doce e misteriosa canção. Em seus sonhos naquela noite apareceu um belo pássaro – Wagnuka, cantando aquela bela canção misteriosa que ouvira na noite da floresta.
Os ventos refrescantes embalam a dança alegre das folhas nas árvores, e a vida acorda para mostrar toda sua beleza, escondida pelo manto frio do inverno. Naqueles dias, quando o povo vivia em paz, um jovem caçador do povo Lakota andava solitário e apreensivo. Seu coração inquieto buscava o amor de uma bela jovem do seu povo, que não demonstrava qualquer interesse por ele. Quando a via, o jovem se exibia em seu belo cavalo selvagem, mas ela não lhe dava a menor atenção. Pela manhã, quando a jovem ia buscar água no riacho, junto com outras jovens, ele se escondia por trás dos arbustos e quando ela estava perto, ele olhava para os seus mocasins e coçava a orelha, sinalizando que gostava dela, mas ela continuava mostrando desinteresse por ele. Quando ela estava apanhando a água no riacho, ele mergulhava e nadava em volta dela, mas ela continuava desprezando-o. Ela era filha do orgulhoso Chefe daquela tribo, que declarava frequentemente não haver nenhum homem entre seu povo à altura de sua bela filha. Naquela época, para conquistar o amor de uma jovem, o rapaz tinha que ser um hábil caçador, um valente guerreiro e possuir cavalos para presentear à família da jovem com a qual desejava se unir. Ou então deveria possuir “A Magia do Alce”, uma habilidade misteriosa que encantava irresistivelmente o coração de qualquer donzela – winchicala. O jovem tinha poucas posses e ainda não tinha revelado suas habilidades na caça ou nos combates. Também não possuía “A Magia do Alce”. Portanto, ele não tinha chances com aquela bela jovem. Naqueles dias, a comida estava escassa. Então, ele saiu sozinho para caçar e pensava que se fizesse uma boa caçada conseguiria obter o prestígio do seu povo e assim, conquistaria o coração da sua bela amada. Entrou na floresta e andou bastante até que conseguiu encontrar as pegadas de um Alce. Seguiu o rastro do animal durante um bom tempo e de repente o avistou numa pequena clareira. Ele havia se preparado com muitas flechas novas em sua aljava e estava ansioso para abater sua presa. Escolheu a sua melhor flecha, a armou cuidadosamente no arco e mirou em direção ao animal, que o olhava profundamente dentro dos olhos. Ele desejava muito “A Magia” daquele belo animal para encantar a sua amada. Ele via “A Magia do Alce” cintilando no brilho daqueles lindos olhos selvagens. Nos olhos do Alce ele via refletido todo o encanto e a magia daquele sentimento de amor que nutria pela bela jovem. Por um momento, enquanto mirava sua flecha mortal, ele se deixou envolver pelo fascínio dos olhos encantados do Alce. Em frações de segundos, o animal se esquivou habilmente e fugiu sorrateiro pela floresta. O jovem caçador foi em busca dele, desesperado, correndo obstinadamente pela mata, perseguindo-o durante um longo tempo. Atirou várias flechas, mas o animal astuto e muito ligeiro sempre conseguia escapar. O Alce finalmente sumiu de sua vista e ele ficou muito triste, naquele momento. Enquanto caçava o animal, ele não percebeu que a noite havia chegado e por estar muito longe não poderia mais retornar para a tribo, naquele dia. Sentiu medo e estava frustrado por não conseguir a caça. Caminhou numa direção e felizmente chegou às margens de um riacho de águas claras e tranqüilas, onde poderia parar para descansar um pouco. Abriu a sua sacola e retirou um pouco de carne seca de búfalo com gordura e comeu. Depois, ele se cobriu com seu espesso cobertor de pele de búfalo, próximo a uma árvore e tentou dormir. Os sons da floresta eram estranhos e assustadores. Os troncos das árvores gemiam ao vento, animais gritavam ao vento, animais gritavam, corujas piavam anunciando encantos noturnos e mistérios. De repente, um som diferente aflora na escuridão da noite na floresta. Ele nunca tinha ouvido aquele som antes. Não parecia ser um som desse mundo. Era um som fantasma. O jovem então açoitou o seu manto para cima, pegou o seu arco, armou uma flecha e se posicionou buscando se defender de uma possível ameaça. Mas nada aparecia e era como se aquele som viesse de um mundo invisível, muito distante . Aos poucos, ele foi ficando mais calmo e começou a prestar mais atenção naquele som. Era como uma bela e melodiosa canção que expressava amor, beleza, esperança, saudades. Pensou na bela jovem a quem amava muito, e exausto adormeceu sem perceber ao som daquela doce e misteriosa canção. Em seus sonhos naquela noite apareceu um belo pássaro – Wagnuka, cantando aquela bela canção misteriosa que ouvira na noite da floresta.
Wagnuka falou a ele no sonho:
“Siga-me, eu vou te ensinar uma bela magia.” Ao acordar, com o sol já alto, a
primeira coisa que ele viu, num dos ramos da árvore na qual dormia encostado,
foi o belo pássaro dos seus sonhos. O mesmo tamanho, a mesma plumagem, a mesma
beleza. Lembrou da mensagem do pássaro no sonho: “Siga-me, eu vou te ensinar
uma bela magia.” Ficou olhando fixamente para o pássaro, que de repente voou
para outra árvore. Ele foi atrás, e o pássaro voou para outra árvore. Ele foi
atrás, e o pássaro voou para outra árvore, como se lhe dissesse: “Venha,
siga-me.” Num determinado momento, não muito distante, começou a ouvir aquela
bela canção, dos seus sonhos. Ansiava muito encontrar quem a cantava. O pássaro
parecia voar na direção daquele som e parou num galho na parte superior de uma
bela árvore de cedro, cujas folhas balançadas pelos ventos, filtravam raios de
luz do sol espalhando-os sutilmente pelos galhos da árvore de rara beleza e
avistou o pássaro, lá no alto, por entre os galhos e folhas dançantes. Ele
começou a ouvir o ruído de pequenas batidas no alto da árvore, como se batessem
num pequenino tambor. Ao mesmo tempo, ele ouviu o som de uma rajada suave de
vento e a canção misteriosa cantou seu encanto novamente. Percebeu, então, que
o som vinha do vento passando por dentro do ramo oco e que o pássaro fazia um
orifício no galho, e que quando passava a fazer outro o som ia mudando de tom,
produzindo uma canção que encantava o jovem caçador. Ele ficou fascinado com
tudo aquilo, lembrou mais uma vez da mensagem que ouvira nos seus sonhos e
falou para o pássaro: “Meu amigo, obrigado por me ensinar essa bela magia,
dá-me esse ramo encantado e faz outro para você.” O pássaro atendeu ao pedido
do jovem e bicando na extremidade do ramo de cedro, deixou-o cair. O jovem
pegou rapidamente o ramo de cedro que continha a magia da bela canção, e voltou
correndo para a sua aldeia, sem levar caça, mas muito feliz. Ele sabia que
tinha encontrado a magia que o faria encantar e conquistar a sua amada. Em sua
tipi, ele tirou o ramo de cedro da sacola e começou a soprar para fazer soar a
bela canção. Mas a magia não aconteceu. A misteriosa canção estava muda nas
mãos do jovem, que voltou a ficar muito triste. Naquela noite ele contou sua
história encantada em volta da fogueira e os anciões da sua tribo o orientaram
a buscar uma visão para encontrar a magia da sua bela e misteriosa canção. No
dia seguinte, ele se purificou na tenda quente de purificação – inipi – e
depois seguiu para o topo de uma montanha para jejuar, durante quatro dias e
quatro noites, em busca da sua visão. Naqueles dias, ele orou ao Grande
Espírito e implorou muito aos céus pela visão que o ensinasse a fazer o ramo
encantado de cedro cantar a bela e misteriosa canção. Durante três dias e três
noites nada aconteceu. Na quarta noite, já bastante triste e abatido, ele
chorou muito e com profunda humildade e reverência pediu ao Grande Espírito
para aprender a magia daquela canção encantada, que havia entrado no seu
coração e na sua alma. Naquela noite, o belo pássaro Wagnuka apareceu, mais uma
vez, nos seus sonhos. Wagnuka transformou-se em um homem pássaro e lhe falou:
“Eu vim ensinar para você a magia da Siyotanka – A Grande Canção. A canção que
ouvistes e que encantou seu coração, vem de muito longe. É a canção encantada
do Espírito do Vento que traz a magia da beleza da vida, do amor e do
encantamento. É um presente do Grande Espírito para você e para o seu povo. Vou
ensinar-lhe a magia da Siyotanka, observa. Em seguida o homem pássaro, no sonho
do jovem, mostrou-lhe o ramo de cedro e como ele deveria fazer para a magia da
Grande Canção acontecer. Ele observou cuidadosamente o ensinamento sagrado e em
seguida despertou. Desceu a montanha até uma árvore de cedro. Escolheu um ramo
e trabalhou nele por muitas horas, esculpindo-o com uma faca de osso e
perfurando-o com uma broca de corda, conforme lhe havia ensinado o homem
pássaro em seu sonho. Ao final ele talhou na madeira um pássaro como Wagnuka e
fixou-o na parte da frente do ramo de cedro. Quando terminou, ele orou bastante
e defumou a Siyotanka com perfume de cedro, sálvia e erva-doce. Seguiu para sua
tribo e entrou soprando suavemente a bela canção encantada na Syiotanka, para a
surpresa de todos. Enquanto ele soprava a Siyotanka todos ficaram maravilhados
e encantados com aquela bela canção. Aquele ramo de cedro continha dentro de
si, a magia, beleza e encantos da primavera, os belos sons dos ventos, das
folhas das árvores, das águas cantantes e dos alegres pássaros cantores, dos
belos dias de verão e das noites encantadas de luar. A magia da Siyotanka
contagiava a todos com vibrações de amor, de paz, de vida e de encanto. Em uma
noite de lua cheia, ele ficou em pé, embaixo de uma árvore alta de cedro,
próximo a aldeia, e compôs uma canção especial para encantar a sua jovem amada.
Ela estava na tipi de seus pais, comendo carne de búfalo e começou a ouvir a
bela canção do Siyotanka. Ela queria continuar ali, com seus pais, sob o calor
brando do fogo que aquecia e iluminava a tipi, mas o seu coração era como um
cavalo selvagem que queria galopar rápido até o lugar de onde vinha aquela bela
canção. Ela tentava ficar quieta, mas não conseguia. Saiu em disparada até a
árvore, onde estava o jovem soprando a magia da Siyotanka. Ao vê-lo ali, em pé,
embaixo da bela árvore ao luar, tocando aquela bela canção encantada ela ficou
paralisada. Eles ficaram em silêncio, olhando nos olhos um do outro, por algum
tempo. A luz encantada da lua banhava o belo casal, embaixo da árvore de cedro,
encantados pela magia do amor. Uma cena bonita, terna, eterna, inesquecível.
Olhando-o ainda nos olhos ela disse-lhe: “Koshkalaka, você encantou o meu
coração com essa magia. Eu quero ser sua mulher”. O jovem ficou exultante de
felicidade e naquele momento compartilharam o mesmo cobertor de búfalo sob o
manto sagrado da lua e das estrelas que cantaram abençoando o amor daquele belo
casal. Antes de voltarem para a tribo ela lhe disse: “Não importa se seu
presente é pequeno. Será aceito, porque a sua magia é grande e verdadeira como
o nosso amor”.
Os pais deles concordaram e eles se
tornaram um belo casal. Ele posteriormente se tornou um grande caçador e Chefe
da tribo para o orgulho dos seus pais e da sua bela mulher. A magia da
Siyotanka viajou por todas as tribos deixando os jovens encantados com a
história do ramo de cedro que encantou a vida de um jovem caçador e sua bela
amada. Deli em diante, todos os jovens queriam aprender a magia da siyotanka –
A Grande música e passaram a talhar e perfurar ramos de cedro, compor belas
canções e encantada suas jovens amadas. Os corações das jovens palpitavam
desenfreadamente quando ouviram os encantos da siyotanka invadindo suavemente
os recônditos de suas belas almas. Por isso, a Siyotanka também ficou sendo
conhecida como a “Flauta do Amor”. Posteriormente nos encontros e festejos do
povo Lakota, as canções dos ventos ancestrais soprados na siyotanka envolviam a
todos, juntos ao cânticos sagrados, no ritmo dos tambores e dos corações
aquecidos pelas fogueiras e pelas estrelas. Aquela lua, em que as folhas ficam
verdes ficou na história do povo Lakota, pois foi naquela bela primavera que o
Grande Espírito presenteou o povo com o mistério da Siyotanka, trazendo
encanto, beleza, e a magia sagrada das canções ancestrais do vento para o mundo
da Grande Nação Lakota.
A magia da siyotanka entrou na lama e
no coração do povo Lakota compondo o encanto do amor que fez o povo florescer
de forma bela e encantada. E foi assim que a magia da Siyotanka surgiu nos
sonhos de um jovem apaixonado que não conseguiu naquele dia matar um Alce, mas
que sabia ouvir a canção do amor. O amor que une de forma sagrada homem e
mulher. Um amor que nasceu do Alce, do cedro, de um belo pássaro, do mundo
encantando dos sonhos, onde habita o homem pássaro e as mensagens de Amor do
Grande Espírito. O amor que flui com as águas cantantes de um rio, na melodia
encantada da bela canção soprada pelo espírito do vento nos corações amantes.
Dessa forma, a magia sutil do vento nos abençoa até hoje, através da Grande
Canção – Siyotanka.
Fonte:http://ocantodostambores.blogspot.com.br/p/flauta-nativa-sioux.html
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